Centro de Treinamento e Simulação em Emergências Médicas, o CTSEM. Por que “simulação”? Simulação é uma palavra, que, em português, conforme o Dicionário Houaiss1, significa “falta de correspondência com a verdade; fingimento, disfarce, dissimulação”. Por outro lado, na língua inglesa, “simulation” está relacionada à imitação de uma situação ou de um processo. “Simulation”, no Google, retorna um bilhão e seiscentos milhões de links, a maioria deles relacionados com ciências exatas, especialmente, com informática.
A ideia de aprender e de treinar usando simulação é antiga. Os filhotes de mamíferos aprendem brincando. Nossas crianças simulam o mundo adulto nas suas brincadeiras. Os militares usam a simulação nas manobras de treinamento. Os jogadores de futebol treinam as jogadas ensaiadas na quarta-feira antes da final no domingo. A aviação civil cedo percebeu o quanto essa estratégia poderia ser útil para salvar vidas. Alguém lembra a decisão e a manobra precisa do comandante Sully, pousando no rio Hudson em Nova Iorque? Ele treinava frequentemente aquele tipo de emergência em ambiente simulado.
Na área da saúde, enfermeiras, fisioterapeutas e médicos, estudantes ou profissionais, utilizam essa estratégia de aprendizagem e de treinamento desde a década de 1960, quando os engenheiros elétricos Kouwenhoven e Knickerbocker publicaram o clássico artigo2, que descrevia a técnica de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). Havia a necessidade de se treinar os profissionais médicos e logo se percebeu a importância dos manequins de treinamento. Em seguida, a humanidade embarcou em uma nova era em relação à morte súbita: outros profissionais da saúde começaram a ser treinados por simulação e, mais tarde um pouco, os próprios leigos, esses últimos, inclusive, com os programas de Acesso Público à Desfibrilação. E a simulação, também, foi evoluindo3. As técnicas de “role play”, encenação de papeis, como se fosse um teatro, tem sido muito utilizadas na área da saúde. Com o avanço da tecnologia, hoje, é possível criar uma realidade virtual para ensinar, por exemplo, um estudante de medicina a tratar um paciente com uma taquiarritmia instável. Imagem e áudio criando uma realidade virtual impressionantemente similar ao mundo real.
Venha conosco! Venha treinar num ambiente acolhedor e seguro. Estudando e praticando casos simulados em equipe você pode aumentar a probabilidade de oferecer um melhor prognóstico para os seus pacientes em situação de emergência.
1.Houaiss IA. Houaiss Eletrônico: Editora Objetiva Ltda.; 2009.
2.Kouwenhoven WB, Jude JR, Knickerbocker GG. Closed-chest cardiac massage. JAMA. 1960;173:1064-7.
3.Pereira Junior, GA e Vilar, HT. Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas [E-book]. Cidade de São Carlos, Estado de São Paulo, Brasil.: Editora Cubo; 2021. Available from: https://issuu.com/editoracubo/docs/issuu-abem.