Um caso histórico para a medicina: a primeira vez que um coração de animal geneticamente modificado substituiu um coração humano e não foi automaticamente rejeitado pelo corpo do paciente. A medicina chama esse procedimento de xenotransplante, quando há transplante de órgãos vivos, tecidos ou células de um animal não humano para um humano.
O procedimento aconteceu em um homem de 57 anos com doença cardíaca em fase muito adiantada. Ele recebeu o coração de um porco geneticamente modificado, um procedimento inovador, que oferece esperança para pacientes com órgãos deficientes.
É o primeiro transplante bem sucedido de coração de porco para um ser humano. A operação de oito horas ocorreu em Baltimore, cidade do estado de Maryland, nos Estados Unidos. Os cirurgiões de transplantes esperam que o avanço lhes permita fornecer órgãos de animais a mais pessoas.
O porco tinha 10 modificações genéticas: quatro genes foram eliminados ou desativados, incluindo um que codifica uma molécula que causa uma resposta agressiva de rejeição humana.
Um gene de crescimento também foi inativado para evitar que o coração do porco continuasse a crescer depois de implantado. Além disso, seis genes humanos foram inseridos no genoma do porco doador – modificações destinadas a tornar os órgãos suínos mais toleráveis ao sistema imunológico humano.
O procedimento significou um grande avanço para a medicina e mostrou a possibilidade de transplantes a partir de animais modificados geneticamente, já que são essas mudanças que contribuem para a não-rejeição do órgão implantado no paciente.